A menina e a arara
A menina ganhou uma arara. Era bela, de cor vermelho-escuro. A ela deu o nome de Linda.
Linda era selvagem. Ela havia sido capturada , quando sem poder, debaixo de uma bruta chuva, via seus dias chegando ao fim quando dois rapazes que passavam por perto a viram assustada em cima de uma arvore seca. Voltaram, e deram-na de presente a menina. Ela, porém nunca se deixou domesticar.
A menina passava horas tentando fazer amizade com Linda. Dava-lhe comida, conversava com ela e procurar dar carinho, mas a arara não aceitava.
- Talvez se ela tivesse nascido em casa. – Dizia o pai. – Quem sabe fosse diferente.
Mas a pequena não perdia a esperança.
Numa manhã, enquanto fazia sua primeira refeição do dia, a menina ouviu gritos de muitas araras sobrevoando a casa. Correu para ver e se deparou com uma dezena de araras pousadas próximo ao poleiro de Linda.
Foi a primeira vez que a menina via a arara feliz. Ela gritava e se debatia tentando escapar da linha que a prendia ao poleiro. Mesmo assim era como se estivesse entre as demais.
Elas ficaram ali e depois voaram para bem longe. A arara voltou a ficar triste.
Pensativo a menina soltou a arara para ficar livre das amarras.
-Mas se ela fugir? – Disseram.
A menina não tinha escolha. Queria ver a arara feliz.
No outro dia, apareceram novamente as mesmas araras. Sua arara, alegre voou e foi estar com as outras na copa da arvore.
No por do sol, elas voaram e foram embora, mas a arara da menina ficou. Voltou para o poleiro. Foi a primeira vez que a menina pode dar comida em seu bico e fazer cafuné em sua cabeça.
A menina entendeu então a importância da liberdade. Contente ele foi dormir. Só não imaginava que aquela seria a ultima noite em que a arara estaria com ela.
Na terceira vez em que suas irmãs araras foram lhe visitar, chegando o por do sol, quando elas foram embora, a arara foi junto. A menina olhando, se pos a chorar.
Dias passaram, até que numa vez, sem esperar as araras voltaram. A menina correu para ver e reconheceu sua amiga arara em meio às outras. A arara voou até o poleiro e como estivesse se despedindo deixou a menina afagar-lhe mais uma vez sua cabeça. Depois retornou a copa da arvore. Quando a noite chegou, voou junto com as outras. Dessa vez se foi embora para nunca mais voltar.
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