PORTUGUÊS NÃO! LINGUA BRASILEIRA
... PRONTO! FALEI.
Não
sei por que pessoas que se autodenominam cultas não reconhecem a língua
brasílica? Essa língua tão bonita, formada a partir das entranhas da língua
portuguesa e mescladas com o Tupi antigo e línguas africanas. Teimam em
chama-la de Língua Portuguesa, alguns para não exagerar no erro, tentam o
jeitinho brasileiro e a chamam de “Língua Portuguesa do Brasil”. Mas ai vem em
mim a duvida: O português não é único? Por que então há um português europeu e
outro no Brasil? Alguém me disse um dia que o motivo do não reconhecimento é
puramente politico. Não querem desvincular-se da cultura portuguesa. O interesse
em manter-se atrelado ao português como parte do português é geopolítico, vendo
nisso uma maneira mais fácil de manter em evidencia. Para mim é desculpa. O
Brasil é bem mais influente que Portugal e já a tempos que é o que é: potencia
mundial. Acredito por alguns motivos que ele carrega Portugal e sua cultura
portuguesa nas costas. E sozinho. Parece até que a metrópole era o Brasil e a
colônia era Portugal. Não sei também porque motivo meus ancestrais os índios do
Brasil se deixaram colonizar-se por tão pouco. Tão pouca gente, tão pouca
solidez e por um pequeno reino nas bordas da Europa, exprimido nas falésias do
continente, nos barrancos ocidentais do mesmo. Os nossos eram muitos, mas ai é
que está o erro: A ignorância nos faz pequeno e a desunião nos transforma em
fracos. Porem isso já faz tempo, não dá mais para voltar atrás. Entender a
história é que hoje é valido.
Aí volto à questão da “Língua
Portuguesa do Brasil”. Eu que sou
professor de geografia para o ensino médio, na rede estadual de ensino no
estado do Amazonas, observo os alunos se esforçarem em aprender na escrita a
oficialmente chamada “norma culta”. Sem entender o porquê de estuda-la sendo
que não a praticam no cotidiano. Uma vez, um deles me disse: - Os portugueses é
que são inteligentes: Sabem falar português tão bem na norma culta! Enquanto
isso, nós brasileiros, poucos a falamos, só falamos errado... Nesse linguajar
das ruas.” Mas pensando bem... A resposta é obvia. É esse “linguajar das ruas” que é a nossa língua verdadeira. E não só o
linguajar das ruas, mas o linguajar das
favelas, das roças, dos rios, dos sertões, dos pampas, dos pantanais, dos
centrões, dos igarapés... Nas mais altas favelas do Rio de Janeiro,
passando pelos baixos campos gaúchos até as longínquas regiões da Amazônia
brasileira, onde possa habitar um “matuto, um malandro, uma mano, um gaúcho, um
pantaneiro, um caboco” um caipira, um “arigó”. Juntando todos eles é que
formamos a Nossa Língua. A Língua
brasílica – a língua dos brasileiros. Não a que estudamos. Língua culta
para nós, é a língua do cotidiano dos portugueses. E aqui nós precisamos nos
esforçar para atua-la. Isso não é um exagero? Se torna fácil para um português
por ser obvio. A língua é portuguesa e por tanto é língua dos portugueses, não
é língua dos brasileiros, a língua dos brasileiros está aqui: “Amigo, me dá um
cigarro...” ou “amigo, mim dá um cigarro...” E isso infelizmente não é
valorizado. As autoridades ignoram nosso verdadeiro idioma, os intelectuais da
linguística, “senhores absolutos do Português e seus fieis escudeiros” a
suprimem desde sua origem (favelas, ruas, florestas, sertões...) e retaliam a
todos que ousam afronta-la na sua norma mais “pura”. Assim, nós mortais e subjugados
brasileirinhos acorrentamo-nos atrelados a esse vicio de viver papagaiando o
sintaxe lusíada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário